terça-feira, 8 de junho de 2021

Uma canção, ROBERT CREELEY



UMA CANÇÃO

Sempre quis um testamento silencioso
e sempre quis, entre outras coisas,
uma canção.
Era para ser
de monotonia comum
(Uma graça,
Apenas. Muito muito quieta.
Um murmúrio de algum tordo
perdido, embora eu nunca tenha visto um.

Que era você então. Sentada
e plena, em paz, tão parecida com a quietude de agora.

Uma canção.

E seu o sinal de agora, claro, de uma perpetuidade
vulgar
(A qual não é relutante, ou se é,
já não importa mais.

Uma canção

Que alguém cante, se o fizer,
com cuidado.

...


A Song

I had wanted a quiet testament

and I had wanted, among other things,
a song.
That was to be
of a like monotony.
(A grace
Simply. Very very quiet.
A murmur of some lost
thrush, though I have never seen one.

Which was you then. Sitting
and so, at peace, so very much now this same quiet.

A song.

And of you the sign now, surely, of a gross
perpetuity
(which is not reluctant, or if it is,
it is no longer important.

A song.

Which one sings, if he sings it,
with care.




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